Veja como foi meu roteiro na região do Prosecco Superior. No final do mês de maio, eu fiz uma viagem convidada pelo Consórcio de Promoção Turística da Província de Treviso, chamado Marca Treviso. A viagem foi de 3 dias pela região do prosecco e a intenção era conhecer a região, as opções de atividades ligadas à natureza e ao Prosecco da região de Conegliano-Valdobbiadene.
De Conegliano a Valdobbiadene, as duas capitais do Prosecco Superiore Docg
O vinho Prosecco de Conegliano-Valdobbiadene DOCG é um vinho espumante produzido exclusivamente em Treviso, especialmente nas colinas entre Vittorio Veneto e Valdobbiadene. O terroir DOCG inclui 15 municípios: Conegliano, Susegana, San Vendemiano, Colle Umberto, Vittorio Veneto, Tarzo, Cison Valmarino, Follina, Miane, San Pietro di Feletto, Refrontolo, Pieve di Soligo, Farra di Soligo, Vidor e Valdobbiadene.
Entre elas destacam-se os “cru” ou o famoso “Superiore di Cartizze” e o “Rive” feito de uvas cultivadas exclusivamente em um único município ou fração deste. O Conegliano Valdobbiadene DOCG é produzido na tipologia Spumante, Frizzante e Tranquillo. O vinho espumante é a versão símbolo da denominação, produzido na versão Brut, Extra Dry e Dry, de acordo com o açúcar residual presente, do mais seco, o Brut, ao mais amável, o Dry.
Então vamos à nossa viagem:
Leia ainda os outros 2 textos produzidos sobre essa viagem:
Dia 1 : em meio à natureza
De manhã cedinho peguei o trem em direção a Veneza Mestre e de lá o transfer nos levou (eu e outros blogueiros) a Morgano, propriamente num distrito chamado Badoere, onde conhecemos a Rotonda del Badoere, construída em 1700. A”Rotonda” da Villa Badoer é um dos exemplos mais significativos da arquitetura do período das vilas venezianas. Essa “rotonda”, que pelas fotos vocês podem ver que tem a forma de 2 semi-círculos, um de frente ao outro, é interrompida pela passagem de uma rodovia pública (68 SP “Istrana”). Ele está dentro de um grande espaço circular (Praça da Independência), que é o coração da cidade. Cada semi-círculo tinha uma utilidade diferente, de um lado lojas, enquanto do outro lado ficavam os alojamentos dos trabalhadores. O complexo termina com a igreja de Sant’Antonio (1645). Na noite de 8 de Junho de 1920, a vila foi destruída pelos camponeses da Leghe Bianche, que protestavam contra o conde Giuseppe Marcello, diretor da Associação Agrícola, que não tinha a intenção de aceitar os novos acordos agrícolas.
A Pro Loco di Morgano (pro loco são associações culturais), tem a sua sede na Rotonda di Badoere e graças aos seus voluntários a praça se anima sempre de belíssimos eventos, como o mercado de antiquariado, entre outros eventos. Nos últimos anos a Pro Loco criou um serviço de aluguel de bicicletas, mais de 50, que estão à disposição dos turistas e moradores, para percorrerem os itinerários eco-turísticos da região. E nós então fizemos o passeio de bicicleta na cidade e às margens do Rio Sile. O Parco del Sile tem 130 quilômetros de ciclovias entre a província de Treviso e Veneza, recuperada de uma velha linha de trem desativada.
Nossa primeira parada foi na Villa Ca Marcello, para o almoço. Ca ‘Marcello é um dos mais belos exemplos da Villa Veneziana em estilo Neoclássico, mantida pela família nobre veneziana de Marcello, que a mandou construir na primeira metade de 1500 e que ainda vivem nela. Foi ampliada, mobiliada e decorada com bom gosto em 1700, com afrescos, pinturas em estuque e móveis valiosos, e ainda é cercada por um jardim de mais de 9 hectares.
Quando visitamos a Villa, estavam gravando um filme e vimos o backstage. O Conde, proprietário da Villa nos contou a história deles e nos mostrou os cômodos principais da casa e seus afrescos. Almoçamos lá e depois fomos de bike até o Parco naturale regionale del Fiume Sile onde conhecemos a nascente deste rio. O Parque abrange uma área de 4.152 hectares, incluindo 11 municípios nas províncias de Pádua, Treviso e Veneza. A área das nascentes localizadas entre Casacorba di Vedelago (Treviso) e Torreselle di Piombino Dese (Padova) dá origem ao maior rio de origem natural da Itália. Muito interessante o local, tranquilo, achei ainda mais interessante para trekking.
De lá fomos fazer o passeio de Canoa pelo rio Zero, na cidade de Zero Branco realizada pelo grupo de Canoa Club de Quinto, muito divertido, cheio de curvas, mas ao mesmo tempo seguro. Na verdade deu até pra relaxar, as curvas eram suaves e os instrutores estavam sempre perto. No final fizemos um lanche à base de Prosecco ??.
Neste dia ficamos hospedados no Thai Si Royal Thai Spa, um 5 estrelas m-a-r-a-v-i-l-h-o-s-o em meio ao verde, às margens do Lago Le Bandie. O Hotel tem decoração tailandesa e um spa incrível!
Jantamos no Le Bandie Ristorante Contemporaneo. A região é famosa pelos aspargos, tanto que possuem um IGP (produto típico reconhecido) para o aspargo verde e branco. Então o jantar foi à base dessa verdura, meu prato preferido foi o Risoto de aspargos e salmão com pedaços de presunto crocante. ?Sobremesa curiosa foi o tiramisu de menta, refrescante !
DIA 2 : a enogastronomia local
No segundo dia dessa viagem, depois de um café reforçado no Hotel Thai Si Royal Thai Spa, fomos a Fondazione Jonathan Collection by Zanardo Giancarlo . Este é um museu com originais e réplicas perfeitas de aviões da Primeira Guerra Mundial, e o presidente do museu com muito orgulho e paixão nos contou todas as histórias dos aviões. Tinha ainda as tendas originais de acampamento dos soldados e ainda estavam rodando um filme lá. Este local realmente merece um texto!
Depois fomos à vinícola Astoria Wines, que faz vários vinhos, entre eles o Prosecco Superiore Docg e Prosecco Millesimato Docg. Ela foi fundada em 1987 por uma família histórica de viticultores em Refrontolo, no coração do DOCG Conegliano – Valdobbiadene, e tem um total de 40 hectares. Mas Astoria não é apenas Prosecco, ela também produz vinhos barricados incluindo Colli di Conegliano DOCG Crevada e Croder. Conhecemos as duas áreas da vinícola com o proprietário e sua filha, depois um fizemos um aperitvo e almoçamos com uma vista incrível, experimentando o famoso aspargo da região. Claro, ainda vai rolar um texto sobre esta incrível vinícola.
- Leia o texto –> Região do Prosecco: visita à vinícola Astoria
Fomos a uma fazenda que fornece a maior queijaria da região de Soligo, Latteria Soligo. A fazenda pertence a uma cooperativa que dá prioridade ao bem-estar animal e a proteção do ambiente.
O leite produzido é vendido, mas uma parte dele é destinada à produção de queijo. Entre os produtos tradicionais estão os queijos imbriago, o Casatella Trevigiana e o Soligo Oro.
À tarde fomos ao Mulinetto della Croda, que foi construído no século XVII, junto com um alojamento para a família do zelador, uma estala e um celeiro, usado para moer o milho e fazer polenta. O moinho usa as águas do Rio Lierza, o principal afluente do Soligo, ao pé de uma cascata de 12 metros. Um cenário de paz e tranquilidade. Detalhe, o moinho ainda funciona!!
Em seguida fomos a Pieve San Pietro di Feletto, do ano 1.000 e com afrescos impressionantes de 1100 a 1400. O mais incrível é o afresco de Cristo della Domenica, onde demonstra o pecado de trabalhar no domingo, dia do Senhor é representado pelas ferramentas agrícolas, uma reminiscência da viticultura, mostrando o quanto a cultura vitivinícola na região é muito antiga.
Por último visitamos a Festa Primavera del Prosecco, que é o mais conhecido evento anual de enoturismo do Veneto, que começou dia 12 de março e durou até 12 de junho deste ano. A principal característica deste evento é a descoberta de pequenas aldeias, igrejas antigas, castelos antigos, das vinhas verdes que decoram as encostas da região Conegliano Valdobbiadene-DOCG. Para aqueles que gostam do turismo do vinho e contato com a natureza, a Primavera del Prosecco leva-o a descobrir um território pouco conhecido, mas que ficou famoso pelo seu Spumante. Vários eventos ocorrem durante o período do evento, como degustações, shows, atividades ao ar livre e visitas entre as igrejas e aldeias antigas.
Nós fomos na festa da Primavera do Prosecco, mas precisamente à cidade de Feletto, conhecer o prato famoso da região, o “spiedo”, um churrasco que cozinha de 5 a 6 hs ( veja foto). O “spiedo” é feito com carne de lombo, coelho e frango, colocado em um grande espeto (daí o nome). O espeto deve ser cozido muito lentamente, cerca de 5/6 horas em fogo baixo. A refeição é feita no local da festa em grupo, como em um verdadeiro ambiente familiar. Experimentei pela primeira vez a polenta branca, produzida na região, delícia!
Dormimos na HOTEL VILLA SOLIGO & WELLNESS CENTRE, em Farra de Soligo, um hotel que fica em uma Villa antiga.
Dia 3: o Trekking mais perfeito do mundo!
No dia seguinte fizemos um trekking enogastronômico bastante interessante, organizado pela Primavera del Prosecco e Rive Vive. O trekking foi na cidade de Farra di Soligo, por 8 quilômetros entre os vinhedos do Prosecco Superiore, degustando as delícias enogastronômicas locais. Haviam 7 paradas, em cada uma delas 2 degustações de prosecco e 1 prato local. E na chegada (8ª parada e última) sorvete e café. Foi uma das experiências mais legais que eu já fiz, recomendo a todos no próximo ano! – Trekking enogastronômico na região do Prosecco
Grazie per aver fatto parte del team incredibile di #MarcaTrevisoInVerde! Spero che ci rivedremo presto! PS: Ti porterò una bottiglia di prosecco per brindare 😉
che bellissima esperienza!! ottime foto, complimenti!
Grazie Andrea!